segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

É tempo de mudar


"Mude...

Mas comece devagar,
porque a direção é mais importante
que a velocidade.

Sente-se em outra cadeira,
no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair,
procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho,
ande por outras ruas,
calmamente,
observando com atenção
os lugares por onde
você passa.

Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os teus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.

Tire uma tarde inteira
para passear livremente na praia,
ou no parque,
e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas
e portas com a mão esquerda.

Durma no outro lado da cama...
depois, procure dormir em outras camas.

Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais,
leia outros livros,
viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia
numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos,
escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores,
novas delícias.

Tente o novo todo dia.
O novo lado,
o novo método,
o novo sabor,
o novo jeito,
o novo prazer,
o novo amor.
a nova vida.

Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado,
outra marca de sabonete,
outro creme dental.
Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa,
de carteira,
de malas,
troque de carro,
compre novos óculos,
escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros,
outros teatros,
visite novos museus.

Mude.
Lembre-se de que a vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light,
mais prazeroso,
mais digno,
mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as.
Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já conhecidas,
mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança,
o movimento,
o dinamismo,
a energia.
Só o que está morto não muda!"

(Edson Marques)

Música do dia: Sol de Primavera, Beto Guedes.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

101 coisas sobre mim, se é que alguém quer mesmo saber.


1. Tenho um nome incomum. Sempre que falo as pessoas me olham com cara de surpresa. Algumas sorriem. Mas todas, sem exceção, me perguntam o por quê do meu nome.

2. Prefiro continuar anônima. Pelo menos aqui no blog.


3. É que alguns textos que escrevo são inventados ou de outras pessoas, mas na maioria das vezes sou a personagem principal dessas mazelas todas.


4. Escrevo pra desabafar, como escape pra um monte de coisa. É minha terapia mesmo.


5. Sou de Escorpião, com ascendente em Aquário, e lua em Leão. Ah, e meu horóscopo chinês é Dragão. Preciso dizer mais alguma coisa?


6. Fiz 32 anos agora, dia 13/11. E não consegui tudo que sonhava com 20 anos ter aos 30. Mas sei que o tempo ainda não passou pra mim. Ainda tenho um longo caminho pela frente.

7. Todo mundo me dá menos idade do que realmente tenho.


8. Desde pequenininha sempre fui a mais tímida e introspectiva dos irmãos, primos e amigos. Acho que por isso a minha vontade de escrever sobre o que sinto sempre foi tão latente.


9. Apesar da minha timidez, amigos nunca me faltaram. Posso citar cada turma inesquecível em cada etapa da minha vida.


10. Tenho duas amigas-irmãs. Uma conheço desde criança. A outra conheci recentemente. E as amo de todo meu coração. O problema é que elas moram longe e me matam de tanta saudade.

11. Mas tenho um grupo de amigos inseparáveis. Combinamos e fazemos tudo juntos, sejam festinhas, viagens, jantares, rodadas de poker. Sei que posso contar com eles pra tudo, a qualquer hora, em qualquer lugar.

12. É que tenho um imã pra atrair as melhores pessoas desse mundo - não incluindo aqui os amores, claro!


13. Normalmente atraio homens complicados, cafajestes e sem futuro nenhum. Com pouquíssimas exceções.


14. Mas ainda assim acredito que homem não é tudo igual.


15. Sou uma chorona convicta. Choro com filme, novela, casamento. Choro por meus amigos, minha família. E claro, abro o berreiro constantemente por amor.


16. Meus pais se separaram muito cedo, mas sempre lidei muito bem com isso. Lembro que adorava ter duas casas e ter a atenção redobrada dos dois.

17. Hoje vejo que todas as férias que passei com o meu pai foram as melhores do mundo.


18. E morro de saudades dele. Dói só de pensar.


19. Já morei em Salvador, Teresina e Brasília. Mas foi em Fortaleza que nasci e passei a maior parte da minha vida.


20. O tempo que passei em Brasília foram os anos de maior amadurecimento pra mim.


21. Hoje já consegui me libertar de algumas travas do passado. Ou talvez elas tenham dobrado de alguma forma que desmiolou minha cabeça de vez.


22. Tenho uma carência infinda que me tira os limites.


23. Às vezes sou enjoada mesmo. Têm dias que nem eu me aguento.


24. Bebo, fumo e saio muito. Não necessariamente nessa ordem.

25. Tô tentando beber menos e parar de fumar. Deixar de sair ainda não dá.


26. Tenho crises de ansiedade. Às vezes elas se transformam em pânico. E faço de tudo pra que ele não tome conta de mim.


27. Não saber dirigir me faz sentir inútil. Mas pretendo tirar minha habilitação o mais breve possível.


28. Não gosto de conversar muito. Escuto mais do falo, e por isso acabo passando por antipática.


29. Mas adoro falar dos meus relacionamentos. Posso passar horas contando detalhes de um encontro amoroso ou de como amo certa criatura.


30. Ainda acredito no amor, apesar de todas as decepções que já tive na vida - e olha que não foram poucas.


31. E me apaixono fácil - costumo dizer que "passou um vento, eu tô apaixonada".


32. E digo "eu te amo" sim! Um montão de vezes, sempre que meu coração pede.


33. Não me importo com que os outros falam de mim. Vivo a minha vida e pronto.


34. Mas já me magoei inúmeras vezes com fofocas a meu respeito.


35. Prefiro saber a verdade sempre, mesmo que seja doída.


36. Odeio joguinhos. E indiferença me tira do sério.


37. Não tenho muita paciência com gente burra, lenta ou curiosa demais. Encho o saco mesmo e não consigo esconder isso de ninguém.


38. Eu gosto de olhar pro mar e ouvir o barulho das ondas quebrando na praia. Me traz paz, serenidade. Me faz querer pensar na vida. Embora muitas vezes eu esqueça que existe um mar azul logo aqui do lado.


39. Uma das músicas que mais gosto é
Something, dos Beatles. Aliás, escuto Beatles todo dia.

40. O que não sai do meu som, nem por decreto: Amy-Norah-Joss e Beatles-U2-Cake.


41. Tenho tesão por músico. Tocou guitarra, bateria, baixo ou cantou mais bonitinho num palco, já me ganha.


42. Costumo dizer que pra todo homem bonito só falta uma tatuagem. Acho lindo de morrer.


43. E vou fazer a minha logo, logo. Já tenho o desenho, o local, o desejo. Só falta a coragem.


44. Sou viciada em filmes. E o culpado disso é meu irmão, que povoou nossa casa com Coppolas, Scorseses, Tarantinos e afins.


45. Já vi
Across the Universe, Um Lugar Chamado Notting Hill e O Fabuloso Destino de Amélie Poulain mais de 10 vezes. Não me canso.

46. Adoro ler. Posso passar o dia inteiro numa biblioteca, num impasse sem fim pra escolher que livro ler primeiro.

47.
Cem Anos de Solidão é um dos meus livros preferidos.

48. Mas ninguém escreveu tão bem e com ironia mais sutil sobre o amor e sobre a sociedade como Jane Austen. Adoro tudo dela.


49. Bebês me transmitem felicidade. Sou apaixonada por eles.


50. Vestido e salto alto são o que mais gosto de usar. Me faz sentir linda e feminina.


51. Amo sushi, morango com chocolate e sorvete de tangerina.


52. Meu sonho era ser médica. Mas é com a advocacia que consigo realizar meus desejos.


53. Tenho muitos medos: do escuro, de falar em público, de assalto, de envelhecer. Mas meu maior medo é de ficar sozinha.


54. Mas moro só. E adoro meu cantinho e minha independência.

55. Só não me peça pra arrumar a casa. Pago caro pra uma pessoa fazer isso, com todo prazer.


56. Sei cozinhar. E gosto. Aprendi nos meus tempos de Brasília.


57. Tenho uma insônia que me persegue há algum tempo. Aprendi a conviver com ela e usá-la da melhor forma possível.


58. Tenho sempre uma música na cabeça que me lembra alguém especial. Mas é sentindo um cheiro familiar que me vem a dorzinha no peito.


59. Comecei a tomar florais, receitados por amigo-guru. E, contradizendo a incredulidade de muita gente, me fazem muito bem.


60. Eu sou a pessoa mais manteiga derretida que existe. Sou boba mesmo. Acredito em todo mundo e perdôo fácil.


61. Morro de ciúmes de quem gosto. E muitas vezes guardo esse sentimento só pra mim.


62. Ainda acredito que vou encontrar o meu amor, e que vai ser pra vida inteira.


63. Vivo às turras com meu irmão (o louco por cinema). Mas tenho um amor incondicional por ele. Tenho mais duas irmãs e um irmão, mas ele é o meu xodó.


64. Gosto do dia com sol. Me transmite alegria. Chuva só pra dormir, e de preferência abraçadinha com alguém especial.


65. Adoro minha terra natal, mas tenho muita vergonha do sotaque daqui. Não tenho medo de dizer, acho ridículo mesmo.

66. Compro muito roupas, acessórios, lingeries e cosméticos. Sou compulsiva. Ainda mais quando tô triste. E isso não quer dizer que eu seja fútil ou superficial. É só uma fraqueza mesmo.


67. Sou míope. Uso lentes de contato desde que me conheço por gente.


68. Quando era mais nova era doida pra engordar. Era magrinha de dar dó. Agora fico louca querendo emagrecer.


69. Quando fiz 15 anos viajei pra Disney. Pode ser clichê, mas foi uma das melhores viagens da minha vida. Quero voltar lá um dia.


70. O que eu queria mesmo era conhecer a Europa. Londres e Paris mais precisamente. Já pensei em largar tudo e ir morar por lá.


71. Não tem coisa mais linda do que ouvir alguém falar em francês. A pessoa pode estar dizendo horrores pra mim, mas fico ouvindo feito uma boba, babando.


72. Não queria, mas volta e meia falo um palavrão. Não tem jeito. E "foda" é o campeão.


73. Nunca pratiquei nenhum esporte que tivesse bola. Não me dou bem com ela.


74. Sou preguiçosa sim. Minha mãe vive dizendo que sou "morta nas calças".


75. Mas sou fã de esportes. Pra assistir, não praticar.


76. E Fortaleza é meu time do coração. Vou ao estádio e tudo. Adoro!


77. Adoro sambas antigos e sambas-enredo. E ainda vou desfilar numa escola samba, pertinho da bateria.


78. Se fosse escolher uma cidade pra morar seria o Rio de Janeiro. Não tenho nem palavras. É maravilhosa, e pronto.

79. Acho que Roberto Carlos é o rei mesmo. E pode me chamar de brega que eu não ligo.


80. Já quis muito tocar violão. Cheguei até a fazer algumas aulas, mas não lembro de uma nota. E ponho sempre a culpa na minha mão pequena demais.


81. Já tive alguns namorados. E foi com o primeiro que passei mais tempo, quatro anos. Na época achava que a gente ia casar.


82. Mas já fui pedida em casamento. Recusei e não me arrependo.


83. Já sofri muito por amor, mas só uma vez achei que a culpa fosse minha. Me senti fracassada. E foi com um dos homens mais corretos que já conheci.

84. E acredito que já tive a maior decepção que uma mulher pode ter com um homem. Hoje pra mim ele é um verme. E acho graça.


85. Já recebi um buquê de flores do meu tamanho, gigante mesmo, depois de uma noite de amor. Foi o presente mais bonito que já ganhei.


86. Sonho em ser mãe, mas não tenho pressa. Acho que vou acabar sendo tia primeiro.


87. Sou católica por tradição familiar, mas acho a doutrina espírita bem coerente.


88. E minha fé em Deus está acima de tudo isso.

89. Sou totalmente da paz. Odeio confusão, barraco, baixaria.

90. Às vezes saio só pra dançar. Descarrego tudo numa pista de dança e volto feliz da vida pra casa.

91. Já tive que engessar minha perna uma vez. E consegui essa proeza dançando.


92. Na música gosto de tudo um pouco, mas não me vem com forró e sertanejo que saio de perto.


93. Assisto a maioria das séries de TV. Sex and the City, House, Friends, Lost e 24 Horas são os meus preferidos.


94. E já ganhei o apelido de
Carrie Bradshaw por causa de algumas similaridades.

95. Certa vez ganhei um concurso de redação do colégio. Até hoje isso me persegue.


96. É que as pessoas ficam dizendo que escrevo bem. Mas estou bem longe disso.

97. Voltei a estudar aos pouquinhos. Passar num concurso voltou a ser minha meta.


98. Tô achando que é difícil pra caramba falar de mim, e que esse texto ficou uma merda!


99. Mas quis publicar mesmo assim. Mais uma loucura na minha vida não vai fazer diferença.


100. É que achei bacana a idéia de Jaya, uma flor querida, que inventou essa história da gente se abrir um pouco pro mundo. Ou pelo menos pra quem acompanha nossos blogs.


101. E assim como ela, acredito que a vida é bonita, é bonita e é bonita!


Música do dia: O que é, O que é?, Gonzaguinha.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Só olhar pra mim

"Como eu faço pra disfarçar a solidão profunda que sinto no meio de reuniões, no meio de papos leves, fins de sexo e começos de relacionamento? Como eu faço pra ficar perfeita o tempo todo ou virar um bicho estranho e não precisar mais de ninguém? Eu jamais serei o que eu quero, e jamais serei o que eu sou sem precisar disfarçar que quase sou o que eu quero. E cada hora eu quero uma coisa. E no fundo eu não quero porra nenhuma. Talvez só encher um pouco o saco, provocar, ser expulsa do peito de todo mundo porque não agüento morar nesses lugares obscuros que são os outros e suas más intenções disfarçadas. Tudo é uma jaula, até minha fuga. Principalmente minha fuga. E eu estou cansada demais. É só olhar pra mim." by Tati Bernardi

Desabafo de outra, que bem podia ser meu.
E quem disse que não é?

Música do dia:
Serenade, Steve Miller Band.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Só por hoje

Eu prometi pra mim mesma, mil vezes, não te querer mais.
Nem procurar, nem ser achada. Muito menos me dar pra você.
Nem um olhar furtivo te lancei esses dias. Nesses intermináveis dias.
Um "oi" seco e um aceno de cabeça foi o máximo que me permiti te dar. E foi muito.
E você continuou ali, com seu olhar cortante, me fazendo pegar fogo por dentro.
E vou vivendo assim, fugindo de você e do que sinto.
E como todo vício, só por hoje.

"Teus lábios tão sonhados
Vão me ter sempre aqui
À espera de um olhar que faz
Dia romper
Céu cair
Noite fechar
E faz o meu ar desaparecer..."
Djavan


Músicas do dia: Algumas do Djavan.

sábado, 22 de novembro de 2008

Vícios

Em uma conversa por telefone, entre duas amigas - sobre uma sexta que virou sábado - surge a pergunta:

- Vocês não se alimentam, não?
- Não. A gente só fuma!

E soltaram aquela gargalhada.
Pior que acabaram enxergando, passada a embriaguez do momento, que tudo ali não passava de ilusão. Nada ali prestava. Dos milhões de cigarros, até o amor por aquele homem.
E só o que uma delas queria agora era parar de fumar.
Quem sabe ela não mata dois vícios com uma cajadada só.


"Ah, fumarás demais, beberás em excesso, aborrecerás todos os amigos com tuas histórias desesperadas, noites e noites a fio permanecerás insone, a fantasia desenfreada e o sexo em brasa, dormirás dias adentro, faltarás ao trabalho, escreverás cartas que não serão nunca enviadas, consultarás búzios, números, cartas e astros, pensarás em fugas e suícidios em cada minuto de cada novo dia, chorarás desamparado atravessando madrugadas em tua cama vazia, não conseguirás sorrir nem caminhar alheio pelas ruas sem descobrires em algum jeito alheio o jeito exato dele, em algum cheiro o cheiro preciso dele (…) mas sabes, principalmente, com uma certa misericórdia doce por ti, por todos, que tudo passará um dia, quem sabe tão de repente quanto veio, ou lentamente, não importa. Só não saberás nunca que neste exato momento tens a beleza insuportável da coisa inteiramente viva."
Caio Fernando Abreu


Músicas do dia: Eu Queria Ter Uma Bomba; Amor Meu Grande Amor; Mais Uma Dose, todas na versão do Barão.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O que dizem seus olhos?

Deixo que eles falem (ou cantem) por mim...

"Esse seu olhar
Quando encontra o meu
Fala de umas coisas
Que eu nem posso acreditar
Doce é sonhar é pensar que você
Gosta de mim como eu de você
Mas a ilusão
Quando se desfaz
Dói no coração
De quem sonhou, sonhou demais
Ah, se eu pudesse entender
O que dizem os seus olhos..."
Tom

"Tristeza não fim
Felicidade sim..."
Vinicius

P.S.> Ouvindo bossa nova...e no escuro!

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Reencontro

Hoje acordei feliz. Muito. Com meu sorrisão estampado no rosto.
É, aquele sorriso mesmo que você conhece tão bem, apesar do pouco que convivemos.
Usaram até a expessão "parece que você está flutuando" pra mim.
E nem pense que é por causa do meu aniversário chegando. Hum-hum.
Perto do meu aniversário fico até mais melancólica do que já sou. Fico deprimida, introspectiva.
E eu estava meio assim, até falar com você.

A razão do meu sorriso constante tem um motivo. E não é pequeno, viu? Nem de longe.
É enorme, que nem a pessoa querida que o acompanha.
Ontem minha vontade foi maior que meu receio e resolvi finalmente ligar pra você, depois de tanto tempo. É, você mesmo que está lendo meu blog agora.
Posso te dizer, sem medo de errar, que ontem tivemos a melhor conversa em muito tempo. Despretensiosa. Transparente.
Não sei se você sentiu a mesma coisa. Quem sabe você me fale isso um dia.
Mas pra mim teve um gostinho doce. Gosto de saudade aliviada. De reencontro com um tempo bom. Tempo de gargalhadas antes de dormir, daquelas que saem soltas e que fazem a barriga doer de tão bom que é.
Parecia até que não tínhamos perdido o vínculo, nem por um dia (mesmo porque você, nerd que é, descobriu meu fetiche pelo seu blog...e agora não posso mais visitá-lo com tanta frequência...rs!).
A verdade é que temos empatia, afinidade. E isso independe do que tenhamos imaginado ou do que não tenha dado certo entre nós.
Você fez falta, viu? Muita falta. Mas isso eu já sabia.
Eu só não sabia ainda que não queria mais essa distância entre nós. Porque você é o tipo de pessoa que faz bem, muito bem em ter por perto.
Só quero que saiba que esse tempo foi necessário sim. Que tudo que foi dito antes e da maneira que foi feito, foi o mais acertado.
Mas agora, vê se não some mais, coisinha!
Você fez parte de um momento muito prazeroso da minha vida - ainda que tenha sido uma "chuva intensa e passageira"- e gostaria muito que continuasse nela. Mesmo que seja numa outra roupagem, e até mais bonita, quem sabe.

Como disse em outro texto, eu acredito em encontros. De almas, de boas energias, de pessoas com um mesmo sentimento ou mesmos objetivos. E esse encontro existiu entre nós.
Talvez nossos corações tenham tomado caminhos diferentes. Talvez nossos objetivos não sejam os mesmos. Mas o bem-querer não precisa se perder de nós.

E eu te quero muito bem, seu bobo. E adoraria que fosse assim sempre.

Obrigada por tornar minha noite e meu dia mais divertidos e iluminados.
Até breve!

Música do dia: Move By Yourself, Donavon Frankenreiter.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Dói mesmo!


"Sabe que o meu gostar por você chegou a ser amor, pois se eu me comovia vendo você, pois se eu acordava no meio da noite só pra ver você dormindo, meu Deus, como você me doía de vez em quando. Eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça… Então os meus braços não vão ser suficientes pra abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa, que eu vou ficar calada um tempo enorme só olhando você sem dizer nada. Só olhando e pensando: meu Deus, como você me dói de vez em quando!"
Caio Fernando Abreu

Música do dia: Amado, Vanessa da Mata; The Blower's Daughter, Damien Rice.

sábado, 1 de novembro de 2008

É o azul que eu amo!

(Me pediram, taí o texto. Depois não digam que eu não avisei...rs!)

Pode uma pessoa que já é totalmente apaixonada se dizer "mais apaixonada do que nunca"?
Ontem ele me deu esse poder. Encheu meu coração de "amo você".
E nem me digam pra gostar menos, ou pra esquecer.
Quem disse que eu quero descolorir minha vida?
Prefiro seguir assim, entre o azul e o rosa...


"Des yeux qui font baiser les miens,

Un rire qui se perd sur sa bouche,
Voilà le portrait sans retouche
De l'homme auquel j'appartiens
Quand il me prend dans ses bras
Il me parle tout bas,
Je vois la vie en rose..."

P.S.: Saudade da cor do céu, do meu menino lindo e de todas as coisas que vêm junto com ele.

Música do dia:
La Vie En Rose, Edith Piaf.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Do amor sem palavras

"(...) Fico estufada de sentimentos presos, de vontades guardadas, de um doce enjoativo, de uma acidez bem dosada, e pensando em tudo o que você não sabe. Tudo o que eu não disse. Não digo. Vou procurando me desfazer das metáforas todas (...)
(...) E o que eu mais queria era poder te contar do céu que enxergo em teu olhar e das estrelas todas que já andei pendurando nele. Ai, essas metáforas descabidas me arrasam! Sabe o que eu vejo de mim? Personagem do cinema mudo de antigamente. Expressões e gestos que dispensavam palavras (...)
(...) Aí eu entendo o porquê de perder o som. Penso que as palavras soando no universo do teu eu, vigiado por esses olhos claros, me fazem correr o risco de cair pra dentro de você. E eu sei que vou gostar tanto, que não vou querer mais voltar. Resolvo arriscar agora, que teus olhinhos de conchas se fecharam com os brilhos das pérolas que carregam:

- Eu já amo você, menino. - digo, num sopro que te beija inteiro."

http://liricass.blogspot.com

Música do dia: Não é Fácil, Marisa Monte.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dilema

A dúvida anda me perseguindo esses dias. Mais precisamente há uma semana.
Recebi a notícia da convocação pra um novo concurso. Ok, aceito os parabéns, porque sei o quanto estudei pra que isso um dia acontecesse. E não vou dizer que não fiquei feliz. Fiquei sim.
Sei que qualquer ser humano normal, dotado do seu juízo perfeito, daria pulos de alegria. Talvez nem pensasse duas vezes.
Também, qual a pessoa, nos dias de hoje, que não gostaria de ter estabilidade num cargo público? Todos levantariam a mão.
Mas aí vem o restante da história.
O problema é que eu fui escolhida...mas pra morar em Brasília. Exatamente isso: retornar à Bsb. Fazer o caminho inverso.
Tudo bem que amo Brasília. Amo mesmo, acredite quem quiser! Tudo bem que já morei lá e não teria problemas em me readaptar. Além do que, tenho muitos amigos lá que me esperariam de braços abertos, e me dariam todo o apoio necessário.
Mas Fortaleza agarrou nos meus pés mais do que tudo. Enraizei de novo nessa terra, e fundo.
E agora não sei como fazer o caminho de volta. Meu coração ainda não me disse nada.
Já tentei seguir os conselhos que me chegam, pesando tudo. Medindo os prós e os contras.
Mas meu coração continua calado.
Só sei que o tempo está passando, e decisões têm que ser tomadas.
Mas meu coração, até agora, continua mudo.
Espero ansiosamente por um sinal, uma resposta. Ou por uma coragem vinda não sei de onde.
Mas meu coração...nada!

Música do dia: Somewhere Only We Know, Keane.

domingo, 19 de outubro de 2008

Antes que seja tarde demais...

"— Abraça tua loucura antes que seja tarde demais — ele disse, e seus olhos tinham a cor do mar. Tinham a cor exata de quem por muito tempo, todas as horas, todos os dias de muitos meses e anos, olhou detidamente o mar, acompanhando o vôo das gaivotas, interrompendo-se em rochedos, nivelando-se ao movimento incessante das ondas. Verdes de um verde movediço entre o denso do vidro e o suave da hortelã recém-plantada, líquidos como água móvel, interior de gruta, rasos de pedras claras. Visíveis, os olhos vivos do marinheiro me olhavam molhados pela chuva, vértice de um novo movimento para onde eu convergia inteiro.
Para olhá-lo, também eu precisava de certa loucura. Essa, que me indicava. A mesma a que me tenho negado em susto, atravessando cotidianos de monótonos côncavos deliberados, movendo-me pelos labirintos coloridos desses interiores sempre previstos, embora absurdos.
Não havia sol naquela tarde, nem cores caindo sobre os objetos. Eu não estava distraído nem tinha disfarce algum quando ele me olhou. Ele não tinha nenhum disfarce quando eu o olhei. Mas não devia me permitir escorregar naquele mergulho de peixes quem sabe vorazes, isso só compreendo agora, e com esforço, sete dias depois de sua partida, uma garrafa de vinho tinto, a chuva se foi, restaram o frio e a umidade que amolece papéis e vontades, aberta ao lado da janela escancarada para a noite enorme lá fora, onde ruge uma cidade estufada de rumores e procuras.
Preciso dizer neste momento, embora talvez não caiba aqui. Ainda que me tenha isolado assim drástico, ainda que elabore dentro de mim e da casa pacientes, irrefutáveis justificativas para ter cerrado as portas ao de fora, o humano que afastei através dos vidros coloridos, esse humano dói, palpita, ofega, tem ritmos suarentos fora de mim.
À minha frente, porta entreaberta, gotas da chuva caindo sobre sua roupa branca como se eu tivesse acendido uma vela com o pavio voltado para baixo, o marinheiro me olhava.
— O quê? — perguntei. Só compreendo agora, talvez não pudesse aceitar o convite. Perguntei como quando você diz acho que vai chover ou está frio hoje, ou me dá um cigarro, qualquer outra coisa assim sem importância, pressupondo que eu e ele nos movimentaríamos ainda segundo os ritmos mecânicos, na dança urbana dos passos ensaiados de além dos vidros pintados de roxo-amarelo.
Mas ele repetiu claro:— Abraça tua loucura antes que seja tarde demais."
O Marinheiro, Caio Fernando Abreu.

Música do dia: Lovesong Of The Buzzard, Iron & Wine.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não gosto de ser só...eu gosto é de sossego!

Descobri esses dias que não sei coabitar com outras pessoas. Ou, no mínimo, preservo minha individualidade acima de tudo. E abro aqui um parêntese - eu disse coabitar, não conviver.
Sei lá, pode ser TPM. Pode ser até da idade. Mas me dá uma impaciência chegar em casa e ver que nada está como eu deixei.
A verdade é que adoro ficar sozinha no meu canto, curtindo o silêncio da minha casa. E na minha casa, tudo tem que estar do meu jeito. Tudo limpo, com cheirinho de novo. Bagunça só a minha, onde me acho.
Odeio a bagunça dos outros. Me incomoda o barulho que eles fazem. Barulho mesmo só o som da minha tv ligada - até altas horas da noite - ou quando insisto em ouvir o mesmo CD - quando eu nomeio o melhor da semana.
Acho que foi Brasília que me deixou assim. Os três anos passados no Planalto Central me obrigaram a conviver mais comigo mesma - e na maioria das vezes, SÓ comigo.
Lembro ainda com um gostinho de saudade - mesmo que a carência fosse imensa - de quando chegava em casa à noite, depois de um longo dia de trabalho. Meu apartamento pequeno - mal me cabia - mas me transmitia um sossego que ainda não encontrei por aqui. Gostava de ouvir o silêncio que ele tinha.
Amigos fiz aos montes, saía pra caramba - reafirmando que boa convivência sempre tive, aqui ou em qualquer lugar do país. Mas morar sozinha, longe da sua família, ainda mais num lugar estranho, com pessoas que você nunca viu na vida, te impõe a conviver com a solidão. E você acaba, sem querer, gostando dela.
Lembro de como sonhava em voltar pra cá e ter uma casa só minha e tudo que ela acarretaria. Recordo da satisfação da mudança, de arrumar tudo com meu jeitinho, mesmo com as poucas condições do momento. Nunca fiquei tão feliz em pagar contas e gritar aos quatro cantos minha independência e privacidade.
Até hoje minha mãe não entende - e por isso mesmo se tornou o motivo de brigas contantes - minha necessidade de estar só. De não querer visitá-la com uma certa frequência, ou dormir na sua casa. De não querer conversar sempre, ainda mais sobre coisas que não me interessam.
Brasília me tornou egoísta, confesso. Mas também me fez conhecer melhor. Me fez perceber manias, defeitos, qualidades. Me fez dar valor a coisas que antes eu não dava a mínima importância.
Mas isso não quer dizer que eu não adore conversar horas a fio com um amigo. Que não tenha o prazer de receber pra muitas reuniõezinhas na minha casa - e olha que já fiz muitas! Não quer dizer que eu não queira sempre comer da comidinha da mamãe, e ainda ser paparicada por ela. E nem por um momento quer dizer que não ame dormir abraçadinha ao meu amor.
Isso, repito, é convivência.
Coabitar é outra coisa. E pra isso, eu sozinha me basto.

Música do dia: Thank You, Dido.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Bom dia!

"Bom dia para todas essas coisas que virão e que foram e que estão. Porque quando se sente tanto a vida não importa nenhum momento solto e não importa que nomes tiverem esses momentos, mas apenas toda essa força que sempre esteve aqui. Mas que só agora eu consigo pegar, amassar, apertar e dar bom dia. Bom dia! Bom dia! Bom dia força! Bom dia prolapso da válvula mitral. Eu sei que você está enlouquecido e com medo de morrer. Mas até sua quase morte merece um bom dia. E então vai dar tudo certo.
E daria bom dia, hoje, para todas as lanças. Bom dia lanças maravilhosas que me dilaceraram tanto e me trouxeram até a melhor manhã da minha vida. Dou bom dia para todas as minhas cicatrizes. E abraçaria pés na bunda e beijaria caras de lado e velaria sonos de quem já me estatelou os olhos sem esperança de tranquilidade. E mostraria inteiros para quem negocia partes. Porque hoje é o dia de dar bom ao fim da dor, ao fim da vingança, ao fim da espera, ao fim da defensiva. E dar bom dia ao início da primavera, ao início da minha beleza e ao amor. Finalmente. Bom dia ao amor. E bom dia para essa risada que sai livre, solta e que eu nem percebo que é risada porque não consigo olhar pra fora da pele de tanto que é bom ficar aqui dentro. Hoje é o dia de dar bom dia a mim." Mais um da Tati.

Música do dia: I Can See Clearly Now, Johnny Nash.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Seus olhos...meus olhos...um sorriso


"Você não sabe o que foi aquele beijo. Havia em seus olhos uma multidão de estranhos que, de repente, parou instantes para olhar. Empurrei os seus olhos com os meus e ouvi o silêncio dos seus pensamentos, já não sabendo se aquilo que eu pensava era meu ou se era dele, porque olhar nos olhos de um estranho é se deixar espiar por estrelas. Como se aquilo que eu pensava também já fosse tarde demais, meus pensamentos sugados pelos olhos do outro. Havia naqueles olhos uma correria inútil de tampar segredos e eu soube de todos eles, não por meio de palavras, mas por meio de silêncios. Eu nunca soube decifrar silêncios, mas posso tocá-lo com a ponta dos dedos. Assim eles ficaram, os segredos daquele olhar, no canto das coisas que eu pensava e pensava, antes de aproximar os meus lábios. Você não sabe o que foi aquele olhar. Os olhos dela eu nunca mais vi, não eram os olhos que me fitaram, de maneira fugidia, como na primeira vez. Eram olhos que guardavam perguntas inocentes, e eu quase arrumei de volta os seus cabelos, abotoei a sua blusa e lhe pedi desculpas por ter faltado com o respeito. Mas sorrisos são pontes que se abrem no rosto para o outro poder passar. E só por conta daquele sorriso eu atravessei a distância entre o meu rosto e o dela para encostar os meus lábios aos seus."
Rita Apoena

PS.> Li e lembrei de você. Incessantemente.

Ouvindo algumas dos Beatles.

Faz-de-conta

- O que vai fazer hoje à noite? Aceita uma sugestão?
- Com certeza!
- Que tal a gente comemorar aquele aniversário? Mas só nós dois...topa?
- Topo! Você quer ir pra onde?
- Você pode ir pra qualquer lugar?
- Eu posso ir pra qualquer lugar com você. Sou todo seu.
- Mas por que eu sempre tenho que te lembrar isso?
- Não sei...essa é uma coisa que temos que mudar.
- Só depende de você.
- Posso começar com um beijo?
- Tá esperando o quê? E faz o favor de não tirar mais esse azul de cima de mim.

Mas nada muda. Tudo foi como tinha que ser: perfeito e irreal, como sempre.
Tem gente que insiste em brincar de faz-de-conta.

Música do dia: What Am I To You?, Norah Jones.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Vazio

Sentadas numa mesa de bar, elas conversam animadamente. E surge a pergunta:
- Se você pudesse fazer um pedido agora, qual seria?
Ela parou por um tempo. Não para pensar no que dizer - porque seu desejo ela já sabia "du coeur" - mas para medir as palavras, tendo a certeza que não ia ser recriminada por aquele pensamento.
Que se dane! - pensou. Esse era o único desejo que lhe vinha à cabeça, e ninguém tinha nada a ver com isso.
- Eu queria que ele me procurasse um dia. E que a gente pudesse conversar de vez em quando. Sinto muita saudade das nossas conversas. Eram bobas e divertidas, mas deliciosamente interessantes. Sinto falta da presença dele na minha vida. Sinto um vazio agora.
- E o seu? - quis mudar logo de assunto.
- Eu queria tirar as amígdalas - disse a outra, soltando uma gargalhada, acometida por uma dor de garganta infernal.
- É...cada um sabe onde lhe aperta o sapato. Ou a garganta...ou o coração.
- Quer mais uma cerveja?
- Manda descer uma caixa.

Música do dia: Socorro, Cássia Eller.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Aumenta o som, DJ!


Músicas que não saem - nem por decreto! - do meu som ultimamente (e necessariamente nessa ordem):

1- Something, The Beatles/Jim Sturgees (versão do álbum Across the Universe¹, de 2007);
2- What I Am To You?, Norah Jones (lançada no álbum Feels Like Home, de 2004);
3- All My Loving, The Beatles/Jim Sturgees (versão do álbum Across the Universe, de 2007);
4- Everybody's Changing, Keane (lançada no álbum Hopes and Fears, de 2004);
5- Don't Know Why, Norah Jones (lançada no álbum Come Away With Me, de 2002);
6- Tears Dry On Their Own, Amy Winehouse (lançada no álbum Back to Black, de 2006);
7- Love Is A Losing Game, Amy Winehouse (lançada no álbum Back to Black, de 2006);
8- Don't Let Me Be Misunderstood, Nina Simone² (incluída no álbum O Melhor de Nina Simone, de 2003);
9- Right To Be Wrong, Joss Stone (lançada no álbum Mind Body & Soul, de 2004);
10- Here With Me, Dido (lançada no álbum No Angel, de 2001).

----------------------------------------------------------------------------------

¹) Across The Universe é um filme pra ser visto e, principalmente, escutado.
Garanto que até os mais resistentes a musicais vão gostar desse filme. Porque não gostar de musicais é uma coisa, mas não gostar de Beatles já é uma insanidade. Enjoy it!

²) Fui apresentada à obra de Nina Simone esses dias. Ok, eu confesso minha ignorância. Mas nunca é tarde pra se fazer as pazes com o bom gosto. Estou me deliciando!

----------------------------------------------------------------------------------

PS.> Meu repertório não é feito só de jazz/soul/folk. Também ando escutando The National, uma bandinha americana bem bacana de indie/rock, que também fui apresentada há pouquíssimo tempo, mas que já me é bem familiar. E com atenção especial para a música Slow Show - um presente - do álbum Boxer, de 2007.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Presente da Moni

"Desde que ouvi recentemente, lembrei de você."
Moni
-----------------------------------------------------------------------------
"Tentou contra a existência num humilde barracão
Joana de tal por causa de um tal joão
Depois de medicada retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exaltidão
O lar não existe
Ninguém volta o que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose, errou no amor
Joana errou de joão
Ninguém notou, ninguém morou
Na dor que era o seu mal
A dor que não sai no jornal..."

Notícia de Jornal, Chico.

De uns dias pra cá...

- Ando ouvindo muito Norah Jones.
É foda como ela te derruba e lava a alma, tudo junto.

- Finalmente cedi aos florais.
E não é que funciona? Alguns podem até dizer que é sugestivo, mas tô parecendo outra pessoa.

- Tô bebendo menos, fumando mais (é, me viciaram mesmo).
Ando pensando seriamente em parar. Mas engraçado como coisas que maltratam tanto seu corpo, podem também te fazer um bem danado em certas ocasiões.

- Ando comprando compulsivamente tudo o que me oferecem.
Que o Thi não me escute, mas será que existe florais pra isso também?

- Tô com uma ansiedade oscilante.
Com medo que o pânico volte.

- Sinto que tô caindo de novo em tentação.
Minha carência tem que ser objeto de estudo, não é possível!
(Mas - confesso - minha cor preferida sempre foi o azul. E não é pra entender mesmo).

- A presença dos meus amigos tem sido constante, todo santo dia.
Pode vir a avalanche que for, pois sei que vou estar bem protegida. Nunca me senti tão querida como agora.

- Tenho curtido mais minha casa, visto mais filmes, lido mais livros, saído mais pra jantar.
Pode ser efeito dos florais ou de uma "chuva de verão". Ou será que meu comportamento tá mudando mesmo? Já era hora.

- Vem crescendo em mim a vontade de voltar a estudar.
Mal é que não vai me fazer. Quem sabe não volto pra Brasília?

- A insônia me esqueceu por um tempo.
Agora os sonhos que me perseguem. Tenho sonhado muito. Na pessoa que quero ser, nas coisas que desejo alcançar. E acho que tô no caminho certo. Ou não. Veremos...

Músicas do dia: Todas da Norah.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Fazer da queda um passo de dança...

"De tudo, ficaram três coisas: a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo da dança, do medo uma escada, do sonho uma ponte, da procura um encontro."
Fernando Sabino

PS.> E hoje começa a primavera...

Música do dia:
Futuros Amantes, Chico Buarque.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ponto final

C.,

Quando mandei aquela mensagem ontem à noite pra você, não ansiava por uma resposta. Pra mim, seria uma via de mão única. Simplesmente queria que você soubesse o que eu estava sentindo. Queria desabafar pra única pessoa que interessava, o que se passava comigo.

Sabia, na verdade, que não podia esperar de você mais do que educação. Você me responderia de alguma forma – pois como mesmo disse, nunca deixa uma mensagem sem resposta. Sempre educado, como vi acontecer no seu e-mail. E agradeço por isso.

Mas você foi frio e racional em suas palavras. E eu sei que não poderia ter agido de outra forma, se é assim que você sente. Ou melhor dizendo, não sente. Se o seu intuito foi ser direto, você conseguiu. Aliás, você sabe fazer isso como ninguém.

Mas preferia que dessa vez você não tivesse sido tão sincero e usado tanto da sua boa educação. Preferia ter continuado com a impressão de que, independente do tempo que passamos juntos, tinha sido especial pra você.

Talvez eu tenha me enganado esse tempo todo e visto um C. passional que não existe. Talvez ele exista, mas se arrependeu de se mostrar pra mim. E quem sabe ele está se guardando pra outra pessoa que ele ache que realmente o mereça.

Somos dois extremos, essa é a verdade (e antes eu achava ser você meu contraponto).

Você é a razão e eu a emoção - e como eu disse na minha mensagem, nunca acreditei mesmo que os dois juntos pudessem fazer algum sentido. Você acertou, não poderia mesmo dar certo.

E eu tenho muita pena disso, sabia? Mas eu só posso falar por mim. Não posso querer guiar sua cabeça, muito menos seu coração.

Eu sei que sofro demais por ser assim, por me entregar, por ser transparente. Acabo assustando as pessoas. Talvez por isso meus relacionamentos acabem não dando certo. Nem todo mundo sabe lidar com o gostar, e muito menos sabe se doar com sinceridade, sem medo. Por isso sempre saio decepcionada das histórias, é fato. Sempre espero mais das pessoas do que elas podem me dar.

Posso estar enganada, mas acho que você deve sofrer muito mais do que eu. Por esse medo absurdo que tem de se magoar e também magoar alguém. Medo das coisas não saírem como você sonhou, ou não darem certo (mas como é que a gente pode saber, se não for tentando?). Por racionalizar tanto e pensar tão na frente, quando poderia tentar viver o hoje, e quem sabe ser feliz. Falei “quem sabe”, e sei que você não pode viver com isso. Você precisa de provas, como todo cientista. Precisa de provas pra ser feliz.

Quero que saiba que continuo achando você um homem lindo, um querido mesmo, diferente de muitos que já conheci. Como você, existem pouquíssimos por aí. E o que mais me dói é saber que não fomos feitos um pro outro. Saiba que você é e sempre vai ser especial pra mim, independente do que você pense – ou sinta.

Espero que, de alguma forma, você esteja bem com suas escolhas. E que um dia alguém consiga te provar que você pode amar de novo com segurança. E que esse amor, como você deseja, vai ser pra sempre.

Eu prefiro continuar tentando. Me dando a chance de conhecer, amando, me entregando, errando, sofrendo, me decepcionando, amando de novo. Mas vivendo.

Posso até não ter provas – e nem querer tê-las - mas tenho a certeza absoluta que um dia vou ser feliz.

Até algum dia, seu bobo.

Beijos,

D.J

Músicas do dia: Tears Dry On Their Own, Amy Winehouse; No Ordinary Love, Sade.


segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Por não estarem distraídos

"Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes se tocavam, e ao toque - a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras - e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos." Clarice Lispector

Como de costume, o que é muito bom dura muito pouco.
Não é assim? A gente não acorda sempre na melhor parte do sonho?
É como se a felicidade escorresse pelos dedos tão rapidamente que não desse tempo de sentir. Nem de pedir que o tempo volte atrás.
Posso pedir a Deus pra te conhecer de novo? Mas você nem acredita em Deus.
É...durou pouquíssimo dessa vez.
Só me resta o recomeço.

E dai-me paciência!

PS.> Como disse Vinicius de Moraes, continuo achando que "a vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida". Mesmo sem paciência.

Músicas do dia: I Will Survive, Cake; With a Little Help From My Friends, The Beatles.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Encontro

Há pessoas que acreditam em coincidências. Outras em destino.
Eu acredito em encontros. De almas, de boas energias, de pessoas com um mesmo sentimento ou mesmos objetivos.
Talvez nem saibam, no momento do encontro, da força que as levaram até ali.
Mas elas sentem que alguma coisa de diferente aconteceu. Só não conseguem entender exatamente o que é.
Pode ter sido um olhar, uma palavra, um conjunto de coisas em comum, ou mesmo a imagem de alguém tremendo de frio que você acabou achando bonitinho.
Totalmente improvável, mas acontece.
E exatamente num dia que tinha tudo pra dar errado. Tudo mesmo. Quando você já não esperava mais nada de bom pra uma noite.
Aí vem o improvável e te surpreende. Desafia sua incredulidade. E acaba te tirando do chão.
Desperta no seu coração sentimentos até então adormecidos. Te faz rejuvenescer uns 15 anos.
Atiça a vontade de querer sempre estar com aquela pessoa. De falar com ela a todo instante.
E você não lembra de ter as mãos tão geladas. De sentir aquele frio na barriga só de pensar naquela pessoa. E em como ela te faz bem, como te faz sorrir à toa. Como a conversa dela é tão interessante e divertida.
Você descobre que - de alguma forma - tinham reservado uma coisa muito boa pra você, e exatamente quando você nem acreditava mais nisso.
Carinho, atenção, consideração, delicadeza, respeito. Tudo isso numa pessoa só.
E você se pergunta se isso tudo é real, e se tudo isso é pra você mesmo.
Você sabe que merece, e há muito tempo. Era tudo o que você sempre quis.
Mas continua achando que está sonhando - ou em coma - e que pode acordar a qualquer momento.
É verdade, dá medo. Muito. Do desconhecido. De descobrir os defeitos numa pessoa repleta de qualidades. De se decepcionar ou causar decepção. Da insegurança que se sente. De fazer mal juízo das atitudes do outro. De cometer erros. E, principalmente, de perder o lindo presente que acabou de ganhar.
Como diz uma escritora que eu adoro,
"encontrar dá medo, preguiça e uma sensação estranha de estar se perdendo", e que "gostar é começar o inferno tudo de novo".
Se for com você, não importo de me perder. E eu topo começar tudo de novo.
Mas no nosso caso, posso chamar de céu?

Músicas do dia: Por Onde Andei, Nando Reis; Super Duper Love, Joss Stone.

Pra você, meu C.

"Ele acorda e cantarola a música no banho. Over and over and over. Ela está obcecada pelo Hot Chip e passou a doença a diante.
Ele cantarola e lembra que foi nessa música que ela achou que a cadeira giratória do computador podia contribuir com a dança. Ri. Sente tesão. Acha o mundo ridículo e feliz. Lembra que tava boa a vida procurando. Encontrar dá medo, preguiça e uma sensação estranha de estar se perdendo. Será que eu vou querer namorar essa louca? Será que essa louca vai querer namorar comigo?
Aí ele lembra. Caraca! É mesmo! A menina escreve. Sem pudor. Falaram pra ele. A essa altura do campeonato, já deve ter um texto publicado falando da noite anterior. Será que ela achou bom? Será que ela vai publicar o tamanho da minha alma? Da minha tatuagem? Do meu pé?
Ele corre com o banho. Ainda cantarola, mas agora é com um pouco de medo. Precisa entrar logo naquele site desgraçado. Todo cheio de desenhinhos inacabados e leves. Mas é ali mesmo que ela acaba com todo mundo e sem nenhuma leveza.
Corre com seu carro que ainda tem o cheiro dela e uns fios de cabelo, agora castanhos escuros, pendurados no assento do passageiro. Foi bom. A noite foi boa. Ela não vai falar mal de mim. E também não vai falar nada de mim. Nem bem. Como ele quer que ela seja misteriosa e suma durante todo o dia de hoje. Ele quer sentir o frio na barriga, o nervoso pra saber se ela vai atender ou não. Não seja fácil, minha filha. Não escreve que gostou. Deixa eu sofrer um pouco. Deixa.
Ele chega na agência e não vai direto pro café. Espera ninguém estar passando atrás dele e digita o site dela. Sua frio, melhor pegar o café. Não, vai de uma vez. Vai. Abre. E de repente. Lá está. Um texto. Um texto pra ele. Caramba, ela já escreveu? É o primeiro texto que alguém escreve pra ele, tirando uma tontinha da época da faculdade que botava frases do tipo “eu sei que quando tiver de ser, será” nas cartinhas que ele nem lembra mais onde foram parar. Coitada. Agora é uma escritora de verdade. Ele ri, porque a escritora de verdade se acha um pouco dizendo que é de verdade.
Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, da medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo. E faltando dois parágrafos pra terminar o texto, ela manda, na lata mesmo: “quero te ver hoje”. O que será que ele vai responder?
Ele então pega o café. E sai cantando como se o dia estivesse diferente. Over and over and over and over..."
O dia seguinte. Dele.
, by Tati Bernardi.

Música do dia: Slow Show, The National.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Serra e mar

Engraçado ver a cara das pessoas quando me perguntam pra onde viajei dessa vez e respondo que fui pra Jeri again. Me olham espantadas, estranhando a escolha constante de estar lá. Me olham como se perguntassem que "existe tanto lugar pra ir, por que lá de novo?".
Uma prima querida me disse uma vez que o paraíso da gente é onde a gente quer que seja.
Então taí, explicado.
Mesmo assim, resolvi fazer um check list dos melhores momentos de Meruoca-Jeri, e que vão ser sempre lembrados e usados por quem vivenciou tudo isso. Aí vai:

1 - Passar a pimeira noite na casa "bem-assombrada" da Meruoca;
2 - Foundes, vinhos e um reencontro de amigos cheio de novidades (a Charlote que o diga...rs);
3 - Descobrir que tinha gente que cantava errado Oceano do Djavan, dentre outras músicas ("amarelo deserto" é osso!);
4 - A chegada com emoção pelas dunas;
5 - O chalé perfeito e no preço em Jeri;
6 - A Fernanda, pessoa que nos proporcionou a sorte de nos sentirmos marajás nesse final de semana;
7 - Leitura e análise diária - e "super séria" - do nosso horóscopo;
8 - Conhecer a Dani e seu marido, e descobrir as estratégias dela para arrancar tudo de um homem;
9 - O brinde (eternizado) à Chela, aos 61 anos de independência do Paquistão, à Dani e à irracionalidade dos relacionamentos;
10 - Os crepes oníricos do Naturalmente, e as nossas caras de felicidade;
11 - Luau surreal no Rancho do Peixe, com direito a eclipse e tudo (outro desse só daqui há...sei lá, próximo ano deve ter outro!);
12 - A volta super divertida do Rancho, cantando e dando gargalhadas, com medo da "paquerinha" da Fly;
13 - Sentar sempre na mesma mesinha do Flamingo na praia;
14 - Planeta Jeri com a melhor banda de todos os tempos da última semana;
15 - Rave no Sky, vendo o sol nascer na beira da praia;
16 - Pedro, "El Matador" (com esse apelido, dispensa-se comentários);
17 - Cazuza tocando over and over, e incitando as conversas alucinantes de dois intelectuais;
18 - A volta triste e saudosa, com direito a uma parada no Cantinho Mineiro pra uma última foto.

Anexo, by Charlote:
"- A Fly acordando a gente, 2 horas depois de termos dormido: 'Bom dia, amiguinhos, já estou aqui!' e 'Tá na hora, tá na hora, tá na hora de acordar!';
- Ver o guia da mobilete nos acompanhando na chegada à Jeri, acenando a cada 10 segundos, pra mostrar serviço e merecer os 10 reais;
- O Thi e sua cama de princesa (Dona Beija), com direito a mosquiteiro;
- Cantar uma música em menção ao ANIMAL e perceber q ele tava atrás da gente;
- Encontrar a portuguesa e a cozinheira dos famosos crepes na balada;
- E lógico: fazer founde com chocolate, frutas e nossas amigas formigas e aranhas."

Bom, é isso. E se alguém lembrar de mais algum momento histórico, favor avisar.
Até a próxima viagem.

Música do dia: Vida Louca Vida, Cazuza; Na Estrada, Marisa Monte.