quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Não gosto de ser só...eu gosto é de sossego!

Descobri esses dias que não sei coabitar com outras pessoas. Ou, no mínimo, preservo minha individualidade acima de tudo. E abro aqui um parêntese - eu disse coabitar, não conviver.
Sei lá, pode ser TPM. Pode ser até da idade. Mas me dá uma impaciência chegar em casa e ver que nada está como eu deixei.
A verdade é que adoro ficar sozinha no meu canto, curtindo o silêncio da minha casa. E na minha casa, tudo tem que estar do meu jeito. Tudo limpo, com cheirinho de novo. Bagunça só a minha, onde me acho.
Odeio a bagunça dos outros. Me incomoda o barulho que eles fazem. Barulho mesmo só o som da minha tv ligada - até altas horas da noite - ou quando insisto em ouvir o mesmo CD - quando eu nomeio o melhor da semana.
Acho que foi Brasília que me deixou assim. Os três anos passados no Planalto Central me obrigaram a conviver mais comigo mesma - e na maioria das vezes, SÓ comigo.
Lembro ainda com um gostinho de saudade - mesmo que a carência fosse imensa - de quando chegava em casa à noite, depois de um longo dia de trabalho. Meu apartamento pequeno - mal me cabia - mas me transmitia um sossego que ainda não encontrei por aqui. Gostava de ouvir o silêncio que ele tinha.
Amigos fiz aos montes, saía pra caramba - reafirmando que boa convivência sempre tive, aqui ou em qualquer lugar do país. Mas morar sozinha, longe da sua família, ainda mais num lugar estranho, com pessoas que você nunca viu na vida, te impõe a conviver com a solidão. E você acaba, sem querer, gostando dela.
Lembro de como sonhava em voltar pra cá e ter uma casa só minha e tudo que ela acarretaria. Recordo da satisfação da mudança, de arrumar tudo com meu jeitinho, mesmo com as poucas condições do momento. Nunca fiquei tão feliz em pagar contas e gritar aos quatro cantos minha independência e privacidade.
Até hoje minha mãe não entende - e por isso mesmo se tornou o motivo de brigas contantes - minha necessidade de estar só. De não querer visitá-la com uma certa frequência, ou dormir na sua casa. De não querer conversar sempre, ainda mais sobre coisas que não me interessam.
Brasília me tornou egoísta, confesso. Mas também me fez conhecer melhor. Me fez perceber manias, defeitos, qualidades. Me fez dar valor a coisas que antes eu não dava a mínima importância.
Mas isso não quer dizer que eu não adore conversar horas a fio com um amigo. Que não tenha o prazer de receber pra muitas reuniõezinhas na minha casa - e olha que já fiz muitas! Não quer dizer que eu não queira sempre comer da comidinha da mamãe, e ainda ser paparicada por ela. E nem por um momento quer dizer que não ame dormir abraçadinha ao meu amor.
Isso, repito, é convivência.
Coabitar é outra coisa. E pra isso, eu sozinha me basto.

Música do dia: Thank You, Dido.

Um comentário:

Déa disse...

Tou me acabando de rir... Definitivamente tu não vai gostar de Amelie... Rss Talvez até de Juno tu goste um poquinho, mas Amelie... KKKKKKKK
Mas eu te entendo. Também sou assim. Gosto de chegar em casa, tomar meu banho e ligar a TV (mesmo sem estar olhando para ela). Abrir o lap para escrever algo ou então ir fazer meus artesanatos, sem precisart falar com ninguém entende... Sem encher o saco de ninguém, consequentemente... Rss Acho que por isso que me dava bem com Allan: ele é louco, mas a gente entendia isso um no outro.
beijos
PS - Acho que Allan tu vai gostar, então!