quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Ponto final

C.,

Quando mandei aquela mensagem ontem à noite pra você, não ansiava por uma resposta. Pra mim, seria uma via de mão única. Simplesmente queria que você soubesse o que eu estava sentindo. Queria desabafar pra única pessoa que interessava, o que se passava comigo.

Sabia, na verdade, que não podia esperar de você mais do que educação. Você me responderia de alguma forma – pois como mesmo disse, nunca deixa uma mensagem sem resposta. Sempre educado, como vi acontecer no seu e-mail. E agradeço por isso.

Mas você foi frio e racional em suas palavras. E eu sei que não poderia ter agido de outra forma, se é assim que você sente. Ou melhor dizendo, não sente. Se o seu intuito foi ser direto, você conseguiu. Aliás, você sabe fazer isso como ninguém.

Mas preferia que dessa vez você não tivesse sido tão sincero e usado tanto da sua boa educação. Preferia ter continuado com a impressão de que, independente do tempo que passamos juntos, tinha sido especial pra você.

Talvez eu tenha me enganado esse tempo todo e visto um C. passional que não existe. Talvez ele exista, mas se arrependeu de se mostrar pra mim. E quem sabe ele está se guardando pra outra pessoa que ele ache que realmente o mereça.

Somos dois extremos, essa é a verdade (e antes eu achava ser você meu contraponto).

Você é a razão e eu a emoção - e como eu disse na minha mensagem, nunca acreditei mesmo que os dois juntos pudessem fazer algum sentido. Você acertou, não poderia mesmo dar certo.

E eu tenho muita pena disso, sabia? Mas eu só posso falar por mim. Não posso querer guiar sua cabeça, muito menos seu coração.

Eu sei que sofro demais por ser assim, por me entregar, por ser transparente. Acabo assustando as pessoas. Talvez por isso meus relacionamentos acabem não dando certo. Nem todo mundo sabe lidar com o gostar, e muito menos sabe se doar com sinceridade, sem medo. Por isso sempre saio decepcionada das histórias, é fato. Sempre espero mais das pessoas do que elas podem me dar.

Posso estar enganada, mas acho que você deve sofrer muito mais do que eu. Por esse medo absurdo que tem de se magoar e também magoar alguém. Medo das coisas não saírem como você sonhou, ou não darem certo (mas como é que a gente pode saber, se não for tentando?). Por racionalizar tanto e pensar tão na frente, quando poderia tentar viver o hoje, e quem sabe ser feliz. Falei “quem sabe”, e sei que você não pode viver com isso. Você precisa de provas, como todo cientista. Precisa de provas pra ser feliz.

Quero que saiba que continuo achando você um homem lindo, um querido mesmo, diferente de muitos que já conheci. Como você, existem pouquíssimos por aí. E o que mais me dói é saber que não fomos feitos um pro outro. Saiba que você é e sempre vai ser especial pra mim, independente do que você pense – ou sinta.

Espero que, de alguma forma, você esteja bem com suas escolhas. E que um dia alguém consiga te provar que você pode amar de novo com segurança. E que esse amor, como você deseja, vai ser pra sempre.

Eu prefiro continuar tentando. Me dando a chance de conhecer, amando, me entregando, errando, sofrendo, me decepcionando, amando de novo. Mas vivendo.

Posso até não ter provas – e nem querer tê-las - mas tenho a certeza absoluta que um dia vou ser feliz.

Até algum dia, seu bobo.

Beijos,

D.J

Músicas do dia: Tears Dry On Their Own, Amy Winehouse; No Ordinary Love, Sade.


2 comentários:

Unknown disse...

Você é uma pessoa linda!!! E vai sim encontrar alguém como você. Beijos.

Moni S. disse...

Vim apreensiva de pessoas completamente sem noção e entrosadas terem passado por aqui.
Sem inspiração pra dizer nada.
Triste, eu.