quinta-feira, 13 de março de 2008

A Cura

Todos nós, em algum momento de nossas vidas, somos feridos ou nos deixamos ferir.
E não conheço ninguém que não tenha passado por isso. Que não tenha se decepcionado, apostado todas as suas fichas em algo que tinha tudo pra dar errado. E você, a única pessoa teimando, acreditando que tudo ia dar certo.
Comigo aconteceu das duas formas, e talvez por isso eu tenha demorado tanto tempo com essa ferida aberta, doída. Nunca cicatrizava.
Durante um ano me vi remoendo o passado, tentando entender porque tinha acontecido comigo, porque me joguei de cabeça, porque tinha sido tão cega, e porque ainda amava tanto!
Mas nenhuma vez lembro de me perguntar: e agora, o que faço pra reverter tudo isso a meu favor?
Parecia que o passado, mesmo torturador, era mais forte do que o mundo novo que se abria à minha frente.
Me sentia aprisionada a planos que nunca tinham sido concretizados. A sentimentos nunca correspondidos. À uma confiança nunca retribuída.
E inacreditavelmente, sábado passado me descobri cu-ra-da!
Me senti muito leve, livre...
É pesado o fardo de se intitular "a vítima" de qualquer história (agora sei porque os vilões são sempre muito mais interessantes).
Vi que finalmente tinha conseguido me perdoar - talvez a maior causadora de tudo isso - e que finalmente estava seguindo em frente. E hoje sou muito feliz com a pessoa mais importante da minha vida: eu mesma!

"O passado deve ser mantido no lugar dele e não trazido nas costas feito mochila de viajante, lotado com os erros cometidos e alegrias jamais revividas. Para ser feliz é necessário pouca coisa além se livrar do excesso de carga e esquecer as coisas certas. É útil também jamais perder de vista um detalhe, afixá-lo no espelho do banheiro, repetir como um mantra: absolutamente nada é pra sempre, nem sentimentos que parecem ser. Nunca mais haverá amor como aquele? Ótimo, porque o novo é tão imenso que seria um desperdício se algo se repetisse. Todo mundo passa. E é bom que seja assim." Ailin Aleixo

Música do dia: Non, Je Ne Regrette Rien, Edith Piaf.

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